sábado, 19 de janeiro de 2013

Da série : Eu quero! Já comprei o meu!!!







Que tem dono de cachorro que trata a "coisinha fofa da mamãe" como um filho, ninguém duvida. Agora, o mimo chegou a um novo nível. Pelas calçadas das cidades, donos estão circulando com seus totós dentro de... carrinhos de bebê. Lançado por uma empresa de São Paulo, o Pet Car ganhou as ruas principalmente no Rio de Janeiro, onde é mais popular. O carrinho chega a custar R$ 450. A novidade conquistou anônimos e artistas como Xuxa, flagrada passeando com seu yorkshire num desses bólidos. O carrinho lembra os produzidos para bebês, mas é feito especialmente para filhotes de quatro patas. Mais alto, para que o dono possa brincar com o docinho querido do papai, tem também amortecedores para evitar balanços mais fortes que possam enjoar o cãozinho. Ainda conta com uma almofadinha bem fofa para a sonequinha. Porque ninguém é de ferro.




Lojas para produtos caninos nos Estados Unidos e na Europa vendem dezenas de modelos de carrinhos. A empresária Margareth Monteiro, que lançou o equipamento no Brasil, diz que sofreu rejeição no início. “As pessoas pensavam que cachorro não precisa de carrinho porque pode andar na coleira. Mas eles foram compreendendo, porque hoje em dia cachorro não é mais bicho, é um membro da família”, disse Margareth. Ela afirma que o veículo é ideal para cães velhos, que se cansam facilmente ao caminhar (ainda não inventaram bengalas para cachorros), com doenças motoras, dores na coluna, problemas no coração, e filhotes que ainda não podem ir para o chão, porque não tomaram todas as vacinas. “Claro que tem gente que compra por mimo mesmo”, afirma.
Margareth vendia roupas para animais e teve a ideia por causa de sua cachorrinha poodle, que tem problemas cardíacos. Ela levava a cadelinha no colo a todo lugar, mas aí era a dona que ficava cansada. “Cinco quilos no braço, depois de meia hora, viram 20 quilos.” Ainda assim, Margareth fazia um esforço por causa da retaliação da cadela: “Quando saía de casa e não a levava, ela se vingava: fazia xixi no meu travesseiro”. Cinco protótipos depois, nascia o carrinho. Hoje, a empresa deixou as roupinhas e só trabalha com os veículos. Margareth patenteou a invenção em 2003 e já exporta os produtos.
A moda pegou depois que a apresentadora Ana Maria Braga apareceu com sua cadela Belinha na TV usando um carrinho. A empresária Tatiana Pansini adotou o carrinho para Jodie, uma fêmea de maltês. “No shopping é bom porque ela não faz coisinha no lugar errado. E é um charme, né?”, diz. A cadela até dorme dentro do carrinho, em casa. “Muita gente pensa que é frescura, mas minha cadela Martini precisa do carrinho porque tem um problema na bacia e não pode andar muito”, afirma a professora Sandra Silveira, dona dos pugs Skol e Martini. Skol, que não é bobo, mesmo sem problema algum também faz questão do carrinho.



Especialista em comportamento canino, Claudia Pizzolato diz que o carrinho deve ser usado com parcimônia e jamais substituir a caminhada. “O carrinho é útil para donos idosos. Um cachorro saudável deve ir no chão. Mesmo cães com dificuldade para andar devem ser estimulados. Para eles, é importante cheirar, marcar território, ter contato direto com outros cães e fazer exercício”, afirma. Claudia, também dona de uma loja de produtos para animais, decidiu não vender o carrinho. “Existe uma tendência de humanizar o cachorro. De tratá-lo como um bebê. Isso é péssimo para o animal, porque ele vira um cachorro que não é cachorro e, ao mesmo tempo, não é gente. Ele fica num limbo.”

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